
A solência da solenidade, de um dia. De um dia de sol latente lavando a testa de suor suoso e salgado. A testa, onde pousada está a massa que administra o eu, no mais Eu profundo de mim, onde o suor se processa em um processo que se testa na agiliade em que a mão a testa testa o grude aderente do suor.
Caminhando por um caminho pedreguento, de pedras ponderadas ao poente de uma vã saída existente do eu que testa a vida, suada e trabalhosa. O trabalho ardiloso de uma existência, como o sol que ardendo a essência do eu sobre o sol se põe, se bota, se mostra ... é o trabalho de achar justo a vida, onde nada ha de haver, em mais um perdido rumo pedroso de pedras angulares, que eu mesmo coloquei em meu caminho.
Sobre a luta da labuta ardida.
Sobre a mesa da pobreza encontrada, pois não a fiz por fazer ao nada. Lá ela estava quando eu vim ao mundo. Tome o rumo de um dia ensolarado, como o sol que está bem longe, ao lado, ladeira abaixo enquanto a caixa se torna mais pesada a cada passo que caminha ao acaso de um caso que me gerou, pois sou o que vim pra ser, sem poder escolher, sem poder ser o ser que dentro de mim me sou.
Sou condenado ao que sou por fora, pelo destino, por hora, quero a vida pra viver sabendo sem saber o que quero pra ter agora. A hora arrasta a vasta aurora que alaranja a laranja do sol, que fora da órbita gira fora da minha mira que visa a mirao chão onde pouso meus olhos. Não me ergo para vê-la porque a bola está onde mora, longe a minha mão calejada de caixas a serem carregadas pra na mesa botar o pão. A bola está em outra realidade, real pra ela, mas fora da verdade que vivo pra buscar e busco sem achar.
Um pingo de suor pinga. Pinga. Pinga. Pinga outro e outro pinga. Na pinga o pingo de suor vira alegria, pois já acabou a laranja do dia. Dia que diariamente se repete em repetições repetitivas que não mudam porque mudar é pra quem tem o que ter e o que tenho e saber, sem saber, que nada sou.
A caixa me pesa a cada dia, me pesa uma nova alegria de saber que ainda a sinto pesar sobre meu ombor ondulado e esguio, sem o qual o dia não se levantaria pra mim. Nada na caixa levo pra casa, onde por hora se passa a tragédia da espera daquilo que estará sobre a mesa, sem a qual onde quer que eu esteja, sem motivo pra ser estou. Pois bem, a mesa é minha razão. Não que a razão a tenha sobre meus ombros, ou sobre minha boca, ou sobre minha vida... mas sobre meu estômago. Sou atônito. A ele, meus ombros pegam a caixa pra da caixa vir depois o pão, que à mesa apoiará e a luz da laranja alumiara para que a agunia se vá por mais um dia pra amanhã, voltar como sei. Tudo o que sei.
E o suor então, pinga. Como gotas de uma vida que responde a vida que vem e ai valendo a verdade do que traz consigo. A verdade da sabedoria de nada saber do que se sabe, pra ser mais fácil aguentar. Colocando em caixas vazias as sensações sentidas e os sentimentos sabidos por uma eterna inverdade contada pra acalentar a saudade que sente-se do pão. O caminho se ensolara denovo. É o antigo novo mostrando o caminho pra se saber se se será amanhã.
Todo dia uma nova caixa pra cima e pra biaxo, acho que a caixa de coisa vai, sem saber, como eu, eu acho, trazendo o que não é dela. Mas ela, não eu, eu acho, daquilo que me valho não carece além que meu ombro empreste pra mais uma vez cumprir seu destino, também não escolhido.
Ela e eu somos o que não escolhemos. Ela, matéria morta, sem vida, mas com utilidade, leva o qeu não é seu. Eu, só mudo que acho, que algo sei, sem saber se é fato, que sou matéria viva.
Roberto Donadelli
20/03/2008
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