segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Um pronome construtivo ...

Um brinde aos verbos.

Aos dias guardados em caixas. Às coisas guardadas em caixas. Pois a vida é como uma grande caixa de memórias. Tanto a é, que ao não existir mais, colocamos o que dela resta em caixas.

Aos amanhãs perdidos por medo. Aos ontens deixados para o amanhã. Ao agora ignorado. Ao silêncio perdido por vaidade. Ao momento perdido por pressa. Ao sabor perdido pelo descaso. A alegria perdida nas razões.

Às idas e vindas da vida. Para compreender que o amor não se perde, pois não há modo de se perder aquilo que nunca se teve. É preciso amar e conquistar enquanto se é jovem, pois a juventude anda junto com a beleza e a carapaça se inutiliza quando a beleza se esvainece. É mais fácil amar o belo. Mais fácil conceder ao belo.

À juventude que é bela e também à idade que a dissolve em expressões de passagem.

Ao quarto crescente da lua e a luz do quarto minguante. Ao saber do fim; pois ele nos permite criar os momentos e inventar as memórias, para que tudo pareça ter sentido.

Em cada gole de minha essência, um novo aprendizado.Graças aos verbos, que nos permitem.

Roberto DonadelliDomingo, 4 de janeiro de 2009.